27 fevereiro 2008

A FORÇA DA PALAVRA - MENSAGEM DIVINA - INUNDAÇÃO II

Na porta de um estabelecimento da Baixa de Setúbal está afixada uma folha com os seguintes dizeres:

DEUS TARDA....
                            MAS NÃO FALHA !!!!!!

Sempre me intrigou esta folha. Porque razão teria aquela papelaria esta mensagem ?? Acólita de alguma religião ?? Cristã, Maná, Jeová, Adventista ?? etc,etc,
Dei comigo a cogitar na força das palavras e das mensagens que destas emanam... Por certo que na génese desta pictórica ou bíblica mensagem estará o voto do mais profundo optimismo, assim o declara o sentido frásico da construção... Um mar de esperança e crença em tão curtas palavras !!!!
Mas....
Há dias e após a lastimosa inundação que devassou o centro de Setúbal, passei de novo por aquela rua e de repente (não se fez luz mas...) sobressaltei-me ao lêr, inconscientemente sempre que lá passo, esta misteriosa folha...
Tão certo quanto as fortes enxurradas daquele dia, o sentido da frase deixou de existir !!!!! Uma outro me me sobressaltou !!!!

- Que terão eles feito para merecer tão duro castigo divino !!!!!

Fico sem resposta ao tema mas deito por terra aquela primeira interpretação.... Grande castigo !!!!!

(Ainda hoje a casa está fechada a recuperar dos estragos....)

Grande castigo !!!!!!!




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22 fevereiro 2008

INUNDAÇÃO I


Esta é a praceta das traseiras de minha residência e a foto tirada, claro, da minha varanda. Esta é a inundação que lesou centenas e centenas de pessoas, quer nos seus automóveis, nos seus estabelecimentos, nos seus haveres e principalmente na sua saúde, tais as aflições por que passaram.
Segundo relatos confirmados, uma senhora desmaiou, caíu na torrente e foi depois encontrada por debaixo de um automóvel, já cadáver. Isto passou-se em Azeitão.
Esta é a responsabilidade que não foi assumida por quem de direito, assistindo-se a um vergonhoso lance de ping-pong entre autarquias e governo central, que entre si dirimiram acusações e argumentos, na imprensa, perante uma plateia ávida de arena e sangue esperando que, finalmente e no próximo lance se decepem cabeças e as almas acabem na "fogueira" da sua (nossa) indignação.
Puro engano.
Ninguém vai ser condenado, culpabilizado e levado à expiação dos seus actos. Outras "inundações" já o provaram através dos tempos. Uma houve, até, que viu um Ministro casar com a Culpa, solteirona já cheia de verrugas mas com hímen, porque esta não podia "morrer" naquele virginal estado. Entre-Os-Rios foi o local da boda :(( A suite para a lua de m(f)el foi Castelo de Paiva e o Rio Douro os seus lençóis... De permeio uma cama (maldita ponte), paradoxalmente a mais inocente de tudo isto, que cumpriu até ao fim a despeito dos vários "sinais" de fadiga e fraqueza demonstrados ao longo dos tempos.
Por lembrar ficam outras "inundações" de carácter moral, na Justiça, no Social, em todas as casas (pias) possíveis e imaginárias, no Futebol, Na Banca, em todas as Lavandarias onde os "Colarinhos brancos" campeiam imaculados, brilhantes, sem nódoas, Nos trajectos de aeroportos e tgv's, em rota de colisão com os verdadeiros interesses dos cidadãos, tudo com traiçoeiras "derrapagens" e "desvios" devidamente explicados pela engenharia dos números...
Adiante, que atrás vem gente !!!!

QUE MAIS NOMES ???

Recordo-me que no ano passado escrevi sôbre a particularidade do meu nome deixando no ar a última interpretação... "Inhocópio" para Próspero, pensando eu não ser possível pior do que isto!!
Mas não... Estava enganado...
Ontem, no mesmo local "do crime" :) a mesma pessoa :( em situação idêntica, disparou: - Olhe lá senhor "Nhoscofre" ?!! Tire agora a fotografia à menina ( a nossa netinha, no seu colo ) qu'ela está distraída !!!!
E pronto, aconteceu.
Para a próxima vez que nos encontremos até tremo só de pensar no que me chamará !!! É que à força destes incidentes ;) temo que eu próprio me venha a esquecer do meu próprio nome cujo nome próprio ainda tem o Manuel, no qual já penso como escapatória ou bóia de salvação (então senhor Manuel como está??) ...

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10 fevereiro 2008

PESCA I

No comentário anterior ficou assente que para 2008 as licenças ainda não têm data marcada de emissão. Os resultados da safra anterior não foram nada animadores e por isso mantive-me na pesca, mas com outras artes.
Esta é a minha nova forma de pescar. Em tudo é uma cana (mas metálica) com um íman na ponta, em vez de anzol, altamente eficaz no peganço e com um poder de atracção bem mais forte e aqui, quando "pica" nunca falha.
As águas essas, são outras. As ruas, passeios, becos e vielas de Setúbal, são o meu mar e o meu rio, em vez de bote ou amurada há as botas e os sapatos e as vastas marés de "penantes", quilómetros a dar c'um pau e acima de tudo, há sempre safra, tantos e tais pesqueiros, rotulados de jeitosos e daí para cima.
Quais ?? Questionam-se ... !!! Eis alguns, mas não todos...
Paragens de autocarros, esplanadas, cabines telefónicas... (deixo para mim as mais aliciantes, ah ah...ah).
E perguntam vocês?? E as provas!!! Vejam:


11 -Onze- 11 espécimens, os mais variados... Peixe-rosca (2) Peix'anilhas (6) Peixe-lata (2) e ainda... Peix€uro (1). De notar que este último foi quase apanhado no tamanho mínimo, dois cêntimos.
Para reforçar o pormenor, agora, mais de perto:


Como vêm, expectativas alcançadas.
Esta cana já a tenho em ensaios desde 2007, meados de Março... por aí... mas em total secretismo, não fossem as revistas da especialidade bisbilhotar e captar as tais fotos-espias, que deitam por terra os melhores planos.
O ensaio mais espectacular foi o ocorrido em Tróia. Fui lá com uns amigos do Porto (Odete e Neves) para lhes mostrar a revolução paisagística que ocorria (pela mão do Tio Belmiro) e, porque tudo estava em obras (aliás como hoje), quando a dada altura o portento desta cana deu um safanão formidável, desviou-me um olhar para direita, estaleiro fora, para eu ficar grudado num já belo exemplar de um peixe-nota (medida 20 €uros) que batalhava contra o vento e pedia um insistente e dramático apelo, apanhem-me... apanhem-me... E eu apanhei-a (ainda não encontrei íman para papel).
No regresso, lanchámos no franchising das "Tortas de Azeitão" junto ao Quartel do Onze e consumimos o "peixinho" todo, para gaudio daqueles meus amigos que não paravam de exortar as propriedades das minhas novas artes...
Inté...

No regresso

PESCA

Em 2007 tirei duas licenças. Uma de mar e outra para rio, esta com cobertura nacional, fosse eu expandir as minhas actividades pelo país adentro.
De qualquer forma tiveram apenas, isso sim, um único propósito... o de encher os cofres do Estado, a exemplo de outras e outras tantas que não "justificaram" o investimento.
Valeu-me a persistência e voluntariedade dos meus amigos Edmundo e Martins, que fizeram o favor de me acompanhar (ou permitir que os acompanhasse) umas duas ou três vezes a pôr a minhoca de molho (a do anzol... nada de especulações). No fim, o que se aproveitou foi o franco convívio e as inalações iodáticas à beira mar.
Do mal o menos...
Para 2008 ainda não tenho orçamento para as ditas pelo que o Estado, esse pescador de malha finíssima e especialista na arte do arrastão, também "pesca" menos... pelo menos mais tarde :))
Bons lançamentos e aproveitem as "marés"

03 fevereiro 2008

O QUE PODE ACONTECER EM UMA HORA

Colateralmente ao tema desta crónica apenas uma pequena observação... O barco amarelo.
Sei eu quem apreciará a foto, tal como aprecia um carro amarelo, um avião, uma roupa, um tema qualquer em que o amarelo predomine e mesmo até um "casaco amarelo".
Não digo quem mas outros que me lerem saberão de quem falo !!
Agora sim, o tema.
Novembro de 2007, Olhão, em um dia de completa invernia com vento, chuva e frio, cerrado de cinzento até ao anoitecer.
Saímos do parque de campismo para uma ida ao mercado à procura de alimentos frescos e do inevitável "pexinho" para a grelha e depois uma ida à baixinha para a tradicional voltinha para sorver o ritmo do comércio, uma ida á farmácia, mais um totoloto, etc, etc.
Éramo quatro. Os amigos Isabel e Cristóvão e este Próspero mais a sua Cidália apetrechados de impermeáveis, guarda-chuvas e carolice suficiente para enfrentar a intempérie.
Pois no espaço de cerca de uma hora concluimos que Olhão é uma terra que dá dinheiro, por isto:
Depois da mercadagem peguei nas compras e levei-as para o carro enquanto os restantes se entretiam a "ver a banda passar". Logo à saida do mercado, no passeio, com tanta gente a correr de um lado para o outro com uma chuva "pegadinha" havia eu de encontrar uma moeda de 1 cêntimo a olhar p'ra mim... Não me fiz rogado, apanhei-a.
Na moeda "macaca" são dois escudos e dei comigo a pensar... Grandes vidas... já ninguém se abaixa para apanhar uma "negra".
Depois de arrumar as comprar atravessei para o outro lado da rua por ter visto uma farmácia e nela procurar uma pomada de que havia precisão.
No regresso, ao passar por uma esplanada quem me estava a chamar?? Imaginem... a irmã mais velha da primeira moeda, uma outra de 10 cêntimos. Humm, a coisa está a compôr-se... de dois para vinte escudos na dita "macaca".
Ao chegar juntos dos companheiros dei conta da façanha e com a boa disposição que o caso impunha, deixei no ar a frase "isto está a compôr-se"... e fomos baixinha adentro ao resto dos afazeres. Eis senão quando, com alguma destreza, a amiga Isabel apanha do chão outra moeda, esta um pouco mais abonadinha... 20 cêntimos... isso mesmo... mais 40 escuditos.
Não deixamos de rir e glosar com a situação.
- Bom, disse um de nós, agora só falta a Cidália e o Cristóvão cumprir o seu papel e apanhar mais um metal (vil, só por ser pouco, claro) para a coisa ficar mesmo composta.
Neste ponto da conversa vimos uma outra farmácia, onde entramos, por causa da tal pomada. Em boa hora o fizemos. Desabou tamanha chuvada (daquela tocada a vento e grossa) que até fazia fumo na rua, imaginem, e tão persistente foi que esperamos um pouco e quando abrandou, eis-nos de novo na rua.
Sol de pouca dura, com apenas uns passos dados nova descarga (se não pior, pelo menos igual à anterior) que nos obrigou a correr e o sítio que melhor nos pareceu para abrigo, foi uma igreja, para a qual sprintamos.
Pois... aqui deu-se de novo uma situação mui sui generis... Não é que a Cidália também encontrou uma moeda ?? E sabem de quanto ?? Dois €uros.... quatrocentos e tal macacos... assim, de uma rajada, pas, pas !!!!
E por exclusão de partes, entre molhas e gargalhadas, lá sentenciamos: - Agora (e já agora) só falta o amigo Cristóvão fazer o gosto ao dedo e apanhar algo, mas atenção.... por este andar vai ter que ser uma nota, tal a escalada... (risos)...
O resto da manhã passou-a de olhos no chão, a chuva continuou a fustigar as ruas e nós tivemos tema de conversa para o resto do dia por ele não ter encontrado a razão desta recordação.