05 outubro 2006

REESCREVA-SE A HISTÓRIA - 1ª PARTE

D.Dinis, O Lavrador, vive...
A sua rainha santa - D.Margarida de Bugalheira ( e não Isabel de Aragão, como conta a história ) lá está sempre a seu lado, solícita e paciente, sempre atenta às suas inspirações.
Não se lhe conhece o epíteto de "poeta" mas há quem o tenha ouvido declamar, com algum recato e pudor, diga-se, rima do mais refinado calibre... como aquela que se perde nos tempos... Onde ides, senhor Doutor, com esse ar tão apressado ?? Vou a casa do.... bom, fiquemos por aqui. O mistério daquele seu pudor e recato teve a ver com a presença do seu Infante, D. José de Bugalheira, num lauto jantar com familiares onde, por entre embaraço mal contido, lhe teria sido mui difícil "explicar" o conceito de "garrafa" num contexto erótico-romanceado. Adiante.
Tornou-se, isso sim em "O Lavrador" depois de anos e anos a cavalgar no asfalto.
Eu, cronista e presente na comezaina, tive o privilégio de o acompanhar em ronda aos seus domínios naqueles dias lá passados por nefasta ( mas vencida ) enfermidade da senhora de Bugalheira e assim testemunhar os seus dotes rurais.
Vastas e vastas extensões de abóboras, plantadas nos socalcos de suas propriedades, preguiçosamente estendidas ( foram semeadas fora de tempo ) por entre chão de vinhas e néctares, como se de brincos se tratassem a ornar singelas e delicadas orelhas de damas da corte. Verdes folhas em cascata com pendentes alaranjados fortes e de vários calibres a acariciar os pescoços finos das damas vinhas. A seu lado, as suas plantações de pimentos e tomates, eram simples e tímidas expedições rurais.
Mirando o altivo D.Dinis e vendo o cintilar de felicidade no seu olhar ( ei-lo às sete da matina "cava e rega" diário ) percebe-se a vocação de... " O LAVRADOR ".

1 comentário:

Anónimo disse...

Adorei o texto, em nome do D. Dinis e da Senhora da Bogalheira, o meu obrigada.

Beijo grande,
Mi