29 janeiro 2006

NEVE EM SETÚBAL

Segundo a vizinha do lado. há mais de 40 anos que não nevava em Setúbal.
Hoje, acompanhando a vaga de frio que assola toda a Europa, a neve veio a té nós e para nosso regozijo invadiu o nosso quotidiano... mesmo que por pouco tempo fosse.
Eis as fotos:

27 janeiro 2006

CUMPLICIDADES


A cumplicidade entre filhos, geográficamente distantes ( uma nos USA outra, em PORTUGAL) , a cumplicidade das sociedades civil e militar ( uma em Harvard outra na Força Aérea Portuguesa, e o calendário, obrigaram-nos a "abrir" no passado dia 23 a nossa última prenda do Natal passado.
No Centro Cultural de Belém desembrulhamos o laço... com os bilhetes na mão retiramos o papel e... no ambiente confortável do Grande Auditório "lemos" o postal das Boas Festas... "PATRÍCIA BARBER - 1ª PLATEIA - C16 / C18... esperando que gostem!!!"
Os últimos são os primeiros, diz-se e este não fugiu à regra.

Casa cheia. Fundos negros, intimistas, no palco. Traços de luzes em focos azulados e vermelhos ( bordeaux's ) conferiam à volumetria da sala a vontade de se tornar numa aprazível sala de estar onde se pudesse disfrutar de um são convivio entre amigos, companheiros de gostos e prazeres.
Em pleno palco, à direita, toda a percurssão ( bateria, congas, pratos, missangas, caixinha de areia, etc, etc. No sentido esquerdo, logo a seguir, a amplificação para a as guitarras ( clássica e eléctrica ), a seguir os baixos ( viola -baixo e contrabaixo todo estilizado... xpto... ) e por fim, naquela extrema, o sóbrio e clássico piano de cauda.
Testemunhas desta parafernália sónica, os fios eléctricos, os cabos e os microfones, estes tão bem projectados no espaço. Numa galeria superior, bem lá no alto e a garantir a distribuição do som, às extremas, as potentes e numerosas colunas de som.
Tudo isto, mesmo assim, virtualmente inseridos no "tal" ambiente intimista, dos amigos, mas... ainda faltava algo.
E esse algo tornou-se claro e lógico aquando da entrada da cantora e dos seus músicos. Eram ao todo, quatro elementos. O negro imperava nas suas vestes, desde o tailleur de Patrícia Barber até ao tradicional vestir do percurssionista, calça e camisa pretas. O preto, encarnado e o cinza das "cordas" perfilavam-se no ambiente, a par com as luzes de palco jogando entre si.
Com uma informal postura, Patrícia Barber tirou os sapatos ( dava para sentir o toque da alcatifa da tal sala de amigos ) depois... as meias ( como quem dissesse: Ok pessoal... sintam o nosso calor e partilhem desta intimidade, não façam cerimónia..cheguem-se para cá !!! ).
A dizer-nos o quão informal e intimista seria o concerto, nada mais nada menos do que um cálice tipo "balão" corado com um castanho ébano ( quiçá brandy?? conhaque?? aguardente velha??... até podia ser chá!!! ) que mais fazia "sentir" o estar em casa. Só faltou mesmo a lareira acesa, as baforadas de um qualquer "Cohiba" e.... enfim...
Ouviu-se a voz gutural, forte mas redonda, no jazz mais "previsível" no reinventado ( Dizzie Gillispie ) e ainda embelezando melodias de todos os tempos... Wonderfull, Light My Fire e no mesclar de géneros ( apresento-os por lembrança, não por ordem de actuação ) lugar ainda para o (quanto a mim) jazz puro ou abstracto ( pareceu-me, num trecho, um pouco "ás pinceladas" ... lembrei-me, não sei porquê de uma pintura Picasso... Nem sempre se entende o que lá está mas... aceitamos que seja assim.. e faz história ) .
Uma voz a lembrar Diana Krall cruzando-se com outros tons, uma percurssão de "topo" a sustentar todas as "portas" do desempenho, uma guitarra eficiente tanto quanto um baixo, ambos a dar crédito à altíssima qualidade do espectáculo e o linguajar de Patrícia Barber ( que tão bem soube ceder silêncios ( para os "seus" músicos ) e projectar a sua voz e alma a cada trecho em cumplicidade com um piano que acabava nas pontas de seus dedos teatralisados, quando estes se movimentavam no espaço, para lá do teclado real para o virtual que, por certo, brotava da sua introspecção para o entusiasmo.
Belíssima prenda esta que tão bem "desembrulhamos" e sorvemos.
Quando saímos da sala, pareceu-me ter ouvido o crepitar na lareira da última lenha, já só brasas, e os passos conformados ( mas satisfeitos ) sobre a alcatifa.
De repente, alguém pegou nos sapatos e meias, igualmente satisfeita, e de sussuro... fechou a porta.

23 janeiro 2006

ELEIÇÕES

Um punhado de candidatos apostou os seus créditos políticos para tentarem ocupar a “cadeira” suprema do aparelho de estado deste nosso Portugal.

Uma candidatura dita supra-partidária, empunhando a bandeira do seu absentismo político… melhor dizendo… com mais ausência de palco do que outra coisa, uma outra enfunada a quatro ventos pelo apoio incondicional do seu aparelho partidário e governo vigente, uma outra, em contra-vento, desse mesmo aparelho partidário, traída… portanto dissidente. E porque a procissão ainda não estava completa outros estandartes se perfilaram.

Um… o da esquerda “formatada” e obediente ao estanque sistema comunista que pretendeu o aproveitamento das sinergias criadas em torno da figura do seu secretário-geral, visual ( e virtualmente ) “fora” do prototipo dos anteriores líderes, outro o de uma esquerda inconformada com a primeira e divergente das restantes, procurando “olhos nos olhos” afirmar-se no universo dum eleitorado já experimentado nas legislativas últimas. Por último o esquerdo estandarte menor ( apenas na importância de voto) de alguém que gostaria de ter a oportunidade de mostrar a sua coragem de “mudar de rumo”

Os panais bruxulearam em todas as frentes defendendo a sua “dama” tocados a ventos de esperança.

Os arquitectos dos moinhos de vento reinventados brandiram as lanças por suas Dulcineias e estas, proas de nau, deram corpo às vagas e marés das campanhas eleitorais que levaram e trouxeram as quimeras e as realidades conseguidas.

Cada um desembarcou na praia que mereceu.

Só um cravou a bandeira ao desembarcar na realidade desejada. Só esta bandeira ostenta uma esfera armilar, não a dos “novos mundos ao mundo” mas sim a de diferentes e novas vias de esperança e recuperação, não só de um “estado de alma” mas de milhões de almas de um Estado.

Por mim, o desfecho agrada-me e coaduna-se com o querer e esperança do meu voto mas não basta o novo Presidente dizer que será O “de todos os Portugueses “ .

Preciso será que todos os Portugueses O entendam como tal.

A vontade férrea de vencer as adversidades será o elo “chave” que deve colocar as duas áreas de governação sob uma única bandeira.

A nossa…

20 janeiro 2006

RUMO AO SOCIALISMO


Não resisto !!!!!!!!!!!!!!!!

Buááááááááá´´....hahahahahahahah.......brruuuááááááááá

17 janeiro 2006

MUDAM-SE OS TEMPOS......

1967 ?? 1968 ??? Por aí...
Um dia, numa paragem de autocarro, um miudo dos seus 13/14 anos resolveu fazer paragem ao mesmo de uma maneira diferente. De mãos nos bolsos há que levantar uma das pernas.
Para além de mim, miudo igual mas menos inspirado, outras pessoas cumpriam o ritual ( tal como eu ) dos seus empregos. Cedo, bastante cedo...
O autocarro parou abruptamente abriu-se a porta e o motorista, nítidamente incomodado com a atitude, saíu directo ao moço e záz !!!!! prega-lhe uma grande chapada: - Quem julgas tú que eu sou?? Algum animal??... e em cima desta mais um puxão de orelhas, e não entrou naquele autocarro, com a firme aquiescência de todos aqueles adultos... sim senhor !!!!
Ficou-me na retina. Pelo modo como fui educado, nunca, mas mesmo nunca, teria feito uma coisa daquelas.
Era assim que as coisas funcionavam.
Hoje, no ano da graça de 2006, estavamos nós ( esposa e outros ) a aguardar o autocarro. Na fila, umas quantas pessoas ( era o autocarro Jumbo/grátis/Setúbal ) esperavam que o motorista abrisse a porta.
Dois jovens escolares, dentro daquela mesma idade, entraram no veiculo sem passarem "píveda" aos que ordeira e naturalmente esperavam a sua vez. Desse instante a esta lembrança foram uns microssegundos... fantástico !!!! Nem tempo houve de os interpelar e a educação de agora.... enfim.
Enfim... falhou a educação dos jovens, eventualmente dos pais, eventualmente dos professores ou então, estes códigos de conduta nem sequer são já ministrados.
Enquanto reflectia sobre isto, chamou-me a atenção para uma pessoa ( mais idosa do que eu ) que ao entrar e enquanto galgava o degrau, deixou cair a sua bengala... O motorista da empresa que se encontrava a "instruir" o novo companheiro quanto ao itinerário a tomar, interrompeu ( ou viu interrompida ) a sua conversa e durante uns segundos acompanhou visualmente o evidente esforço que o passageiro fez para naquela posição ( um pé num degrau e o outro já no interior, agarrado ao varão metálico ) apanhar a sua bengala, sem esboçar um único e mínimo gesto de colaboração.
Ah!!!!!!!! já me esquecia !!!!!!
Esse motorista era mais velho do que eu e não sei se seria mais novo do que aquele passageiro.
Reflictamos sobre isto.

MUDAM-SE AS VONTADES ......

14 janeiro 2006

Arrependimento

João Etílico da Dorna o "Goela Seca" caminhava cabisbaixo, titubeante e quase sem norte, rua fora.
A vida era demais. Demais para ser mãe, passou a madrasta, demais para conselheira, vestiu-se matreira, tentadora, perigosamente ausente de sorte, esperança e fé ( aqui, a caridade, não tinha lugar). Se alguma esperança houvesse que ela lhe deitasse a mão, lhe valesse e o salvasse, aquela morreu na praia de ( mais ) uma enorme bebedeira que o pôs de "pé para a cova".
Valeu-lhe ter escorregado e caído no passeio... tal era a maré "alta" que lhe atormentava a cabeça e por alí ficou, a escassos metros dos portões do Resort "Las Tabuletas" da Terra Fria.

" Balha-me deues !!!! Schiiiii!!!! como eue estoue, carago!!!!!
Num me aguento nas canelas, num seie o que estoue a fazere e tamém num seie o que quero!!!! Prefiro morrere a continuar nesta bida..... balha-me deues.... acudam-me os santinhos todos....tou cheio disto..."

Tentando perceber o que via ( a noite vestia-se de um manto branco nevoeirento e denso ) e o que ouvia ( áquela hora ninguém se atrevia portas fora ) fez um esforço para apurar os sentidos, pelo menos os mais "secos".
O restolhar de roupas e passos abafados despertaram-lhe a atenção. De dentro do denso nevoeiro surge-lhe um vulto, estranho vulto este que lhe fazia sombra com as suas asas e manto, largos. A luz do candeeiro próximo já não lhe fustigava o rosto nem lhe turvava o pouco de vista que ainda tinha.

"Ena, desta bez é que foie a sério.... que g'anda piela que'u apanheie.. sim senhoreeeeee!!!!
Agora até já bejo anjinhos e tudo, he,he,he........"

Não te enganas, criatura..... Fui enviado à Terra para te valer e salvar da bebedeira de ontem, tão grande foi a súplica e arrependimento que então formulaste e... encontro-te noutra pior??!! Não tens vergonha ???
Traíste os desígnios supremos e como tal desmereceste-os... Abandono-te à tua sorte pois há mais alguém a quem valer, e nisso me apresso....

"naonhe, num bás imbora pá!!!! tem calma e salbame de uma bez por todas.... em taménhe mereço pá!!!! sofro muito quando bolto ao normale.....

"Tens arrependimento??? Sinhe..... Vontade???? Tamenhe.... És sincero??? Cunfesso....
Então lamentas muito tudo isto ???? Sinhe, sinhe e sinhe....
Ora então, em duas palavras, demonstra-o.

"ABSINTO!!!!..... muiiiiittttto!!!!......"

08 janeiro 2006

ENCERRADO PARA BALANÇO

Estimados Leitores, Clientes e Amigos

Por virtude da mudança de ano e real contabilidade física dos stocks, tenho a informar V.Exªs. que este estabelecimento se encontra encerrado para balanço, até ao próximo dia.... deixa cá ver...... Olhem !!!! Abrirá no primeiro dia logo a seguir ao último deste enderramento.

PS: Por motivos de força maior, não me é possível adiantar dia de calendário em virtude da CM do Peso da Régua, se encontar ( também ela ) em balanço, contando os ferros e parafusos da já famosa PONTE DO TRECO TRECO a pontos de quase me dar um.... treco !!!!!!!
Chiça !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! :)