O reverso da medalha aconteceu, entretanto.
A princípio éramos nós os que alimentavamos estes cães. Durante a nossa estada no parque foram motivo diário de conversa e comentários. Na aridez do espaço começaram a aparecer "companheiros" ( poucos ) de fim de semana que inevitavelmente se solidarizaram com os animais e... foi bonito!!!!
O casal Reis ficou grudado aos animais. Por ela, Fátima, teria ficado com os dois cães, não fora ter já dois, mais um gato mais coelhos e ainda passarada e sei lá que mais. Antes de abalarem para casa até compraram ração e bolinhos próprios. O Pedro filhote só dizia!!!! Oh mãe...fica lá com eles.... O Reis tentava assobiar para o lado mas sabia o risco que corria ( mais dois inquilinos e por certo não se importaria )... Os amigos Áurea e Manuel deixaram leitinho para os bichos... Até uma funcionaria da manutenção lhes trouxe uns ossitos...
Mas o fim de semana acabou célere e lá voltamos nós a ficar "donos" dos ladinos béu-béus !!! Desta vez para além da nossa ementa ainda tivemos, por uns dias, comida farta e variada.
Chegada a nossa hora de também abalarmos, a custo lá nos despedimos deles e eles... até pareciam que sabiam o que se passava. Remeteram-se ao seu cantinho, pouco efusivos, reservados e a olhar-nos com "aquele" olhar que nos enleia e magoa. Ainda vieram a correr atrás da caravana, até ao portão do parque mas ficaram-se por ali.
Isto foi a 6 deste mês e não lá voltamos ainda. Ficou-nos a ideia de que iriam para o canil, onde os tratavam bem mas.... até quando????
Hoje, regozijamos, pelo menos por um deles. O rapozinho, o castanho, acabou por ser adoptado por um companheiro ( não sei o nome mas conheço-o de vista, bem haja ) que por certo o tratará bem, assim como as suas duas filhotinhas. Foi o que nos disse hoje a Fátima em telefonema de cortesia e cordialidade. Quanto ao côr de palha ( para mim o coelheiro ) teria como destino o canil até ontem, caso não houvesse outro desfecho... Ficamos felizes pelo desfecho de um e tristes pelo adivinhado destino do outro. De qualquer forma ainda temos a esperança de que alguém ainda o adopte, salvando-o de um canil que pode bem ser o seu último lugar.
Obrigado a todos e a eles próprios pelos sentimentos que mobilizaram, levando-nos a acreditar que ainda vale a pena acreditar nos da nossa espécie.
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